Reflexão para o domingo, 13 de setembro

Referente ao Perícope de Lucas 17, 5-10

A maioria das pessoas obtém consolo a partir da ideia de que basta uma fé pequena como a semente de mostarda. Mas sementes de mostarda crescem. Portanto, Jesus não está apenas chamando a atenção para o tamanho pequeno dessas sementes. As traduções do Evangelho dizem geralmente “fé do tamanho de um grão de mostarda”, mas a palavra “tamanho” ou seu equivalente não aparece no grego original. Jesus simplesmente diz “fé como um grão de mostarda”. Sem dúvida, a pequenez dessas sementes está em primeiro lugar, mas Jesus tem em mente muito mais do que o tamanho.
E a semente está viva, embora pareça estar morta por fora. viva de tal maneira que conduz à produção de frutos. Portanto, fé que é eficaz é uma fé que é viva, é uma fé que tem obras. Também podemos descrever essa fé como aquela que dá frutos. Em segundo lugar, aquela pequena semente se transforma em uma planta muito grande. O próprio Jesus enfatizou este aspecto da semente no início de Mateus. Ele propôs outra parábola. “O reino dos céus é como um grão de mostarda que a pessoa colhe e semeia no campo. É a menor de todas as sementes, mas quando totalmente crescida, é a maior das plantas. Torna-se um grande arbusto, e os pássaros do céu vêm e habitam em seus galhos (Mateus 13, 31-32). O uso da metáfora não pode ser acidental, poi é pela fé, que o reino dos céus cresce. Assim, a mensagem subjacente não é tanto o poder da fé para transformar o mundo ao seu redor, mas é o potencial de transformá-lo em sua alma, crescendo de uma semente a uma árvore magnífica. Quanto à mudança da amoreira e seu plantio no mar, certamente isso parece uma impossibilidade física, pois no mar não há nada para as raízes da árvore se fixarem. Mas Jesus está dizendo que é possível. Em outras palavras, a fé nos permite permanecer alicerçados mesmo nas situações aparentemente mais instáveis. É do mundo interior que estamos falando. A alma necessita de um alicerce numa força imponderável, mas que pode crescer e vivificar. Ela se fortalece na medida em que se reconhece a sua fonte. O poder de transportar montanhas, de encontrar um alicerce no mundo espiritual é de Deus. Mas, nós que fazemos parte dele, compartilhamos desse poder, desde que estabeleçamos relação com a fonte. E como podemos fazer isso? Por meio da oração, do contato, da comunhão.

Carlos Maranhão