Conto: O pão da vida

Era uma vez um menino que se chamava Pedro. Ele nasceu e morava em uma cidade grande. Pedro conhecia muito bem a cidade pois ele e seus amigos sempre brincavam na rua. Por isso ele conhecia todos os caminhos secretos e os melhores lugares para brincar. Também conhecia os sons da cidade, eles eram diferentes durante o dia e a noite.
Pedro tinha uma avó, e de vez em quando, ele e sua família a visitavam. Ela morava numa pequena aldeia no campo. Essas visitas sempre eram uma festa para Pedro, porque a aldeia era tão diferente da cidade grande e sempre tinha novos segredos a serem descobertos. A aldeia parecia viver em outro tempo, pois as pessoas que ali viviam eram como artesãos, faziam tudo com as próprias mãos. Tudo era feito da mesma forma como seus ancestrais. Também as casas eram bem antigas e muito diferentes das casas da cidade. Afinal tudo era novidade para Pedro: os cheiros, os sons e as pessoas. E disso ele gostava muito!
Logo que ele chegava na aldeia, sempre corria de cá para lá querendo descobrir todos os segredos e milagres que ele ainda não conhecia.
Foi assim, que um dia, descobriu o ferreiro da cidade, ele ainda produzia todas as ferramentas que eram necessárias para as atividades das pessoas. Pedro jamais esqueceu o cheiro do fogo, a cor vermelha e branca da brasa e o som do martelo do ferreiro quando batia na bigorna. Para ele era um milagre como o ferreiro conseguia formar o ferro incandescente com o martelo.
Um dia ele entrou na padaria e ficou parado num canto sem se mexer. Primeiro ele sentiu os cheiros maravilhosos: da massa, do pão fresco e do fogo. Depois ele percebeu que estava bem quente e um pouco úmido dentro da padaria. Ele ficou em silêncio observando como o padeiro separava a massa e moldava os pães. O padeiro deixou a massa para crescer na mesa enquanto ele fazia outras coisas. Depois de passado um tempo ele voltou e fez, com uma faca, uma cruz em cada pão. Só então eles foram para o forno. O cheiro do pão estava tão maravilhoso que Pedro mal podia se conter no seu canto. Depois de um tempo os pães foram retirados do forno e ficaram na mesa para esfriar. Pedro viu como eles tinham crescido e, que a cruz que o padeiro havia feito abriu. Os pães eram maravilhosos!
Pedro não conseguia mais ficar quietinho. Ele pediu um pão, deu todas as moedas que ele tinha no bolso e correu com o pão de volta para a casa da avó. Quando lá chegou, a família já estava preparando o jantar. Só então percebeu como o tempo voou. Colocaram tudo na mesa e a avó pegou o pão para cortá-lo. Mas, antes ela fez o sinal da cruz em cima do pão. Pedro viu isso e se lembrou da cruz do padeiro, e se perguntou: “Porque será que eles fizeram isso?”
Ele era muito curioso. Comeu pouco do pão, pois logo ficou satisfeito.
Depois do jantar eles se sentaram em volta da lareira, como era o costume na casa da avó. Normalmente ela contava uma estória. Mas nesse dia, Pedro aproveitou o momento e perguntou: “Vovó! Porque você fez a cruz em cima do pão?” Ela olhou para ele e falou: “Vou te contar!” Ela pegou a bíblia e começou a ler: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.” “Para ter essas forças do Cristo no pão, faço a cruz” ela concluiu.
Pedro estava muito satisfeito com a resposta por que ele tinha a sensação de ter descoberto um novo segredo.

Julian Rögge