Reflexão para domingo, 5 de fevereiro de 2023

Referente ao perícope do Evangelho de Mateus 20, 1-16

Imagem: A ressureição e à direita a videira segundo as palavras em João 15

Quem é este ser, este Pai, que é como o reino do céus e já de manhã cedo sai para contratar trabalhadores para seu vinhedo? Ele deve ser muito especial pois dele provém cura, salvação e paz!

Ele é um Deus? Ou um homem como um Deus? Alguém já o viu, ou o conhece? Ele já saía desde os primórdios da civilização para contratar trabalhadores? Podemos, no passado remoto, o reconhecer nos grandes guias da humanidade? Os grandiosos frutos das antigas culturas são produtos de seu vinhedo? As várias línguas, a arte e a ciência, enfim toda a tradição cultural da humanidade? Podemos vir a conhecer o reino do céus nas antigas imagens mitológicas?

E hoje, como é hoje? Estamos ocupados no comércio, na técnica e em várias prestações de serviço para assegurar a nossa subsistência, mas não nos encontramos no local em que ouvimos o chamado do Pai para ir trabalhar no seu vinhedo! Somos, em geral, motivados para, através do trabalho, alcançar o maior lucro possível e não nos preocupamos com a nossa origem divina.

Poderia toda a Terra ser o vinhedo do Pai? Pois não nos concede o mundo divino todo dia com o levantar do sol, a vida – o verdadeiro ganho – para que possamos trabalhar na espiritualização da Terra e da alma humana?

Também ouvimos, no Evangelho de João, o Filho falar: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o jardineiro… Eu sou a videira, vós sois a vinha. Quem permanecer unido a mim, assim como eu a ele, dará muitos frutos, pois sem mim nada podeis fazer!”

Poderíamos então nos perguntar: o vinhedo poderia ser a alma humana, o coração humano, onde o Eu Sou do Cristo pode ser despertado, – o espírito divino no ser humano – que está predestinado a trabalhar com o Pai para o bem da Terra e de toda a humanidade?

Ambas afirmações poderiam estar corretas: o trabalho na alma, em e com Cristo, é o trabalho na Terra.

Hoje cada um é livre para atender ao chamado do Pai! Quem encontra em si o Cristo vai ser premiado com a totalidade da vida divina em si, o Eu Sou! Ninguém mais do que o outro! Todos unidos no Cristo!

Qual é a natureza desse vinhedo, que provém de Deus e no qual o próprio Filho, a verdadeira videira, concede sua vida divina? Nesse vinhedo o ser humano pode vir a conhecer a vontade do Pai para então vir a servi-lo. Para isso deveríamos deixar de estar empenhamos unicamente com a exclusiva existência física! O pão cotidiano que almejamos receber é o compartilhar, o comungar da vida de Cristo. Nisso se acende a vivência do Eu Sou, do Eu Sou dentro da alma.

Segundo o Evangelho de João, falou Cristo aos seus discípulos: “Meu alimento é poder atuar segundo a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.”

Portanto, trabalhadores de Deus Pai, formemos a comunidade do Cristo, na qual cada um é chamado a atuar a partir do seu Eu, na qual   a vontade do Pai ressoa com a vontade de cada um. Nesse coro uníssono as esferas angelicais são também chamadas a colaborar. Assim, o reino dos céus chega à Terra e cada indivíduo se torna capaz de atuar para o bem e para a vida de todos!

Helena Otterspeer