Reflexão sobre o Evangelho de João, 6 de julho

“De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de madrugada. Eles mesmos não entraram no palácio, para não se contaminarem e poderem comer a páscoa. Pilatos saiu ao encontro deles e disse: ‘Que acusação apresentais contra este homem?’ Eles responderam: ‘Se não fosse um malfeitor, não o teríamos entregue a ti!’ Pilatos disse: ‘Tomai-o vós mesmos e julgai-o segundo vossa lei’. Os judeus responderam: ‘Não nos é permitido matar ninguém’. Assim se realizava o que Jesus tinha dito, indicando de que morte havia de morrer. Pilatos entrou, de volta, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: ‘Tu és o Rei dos Judeus?’ Jesus respondeu: ‘Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isso de mim?’ Pilatos respondeu: ‘Acaso sou eu judeu? Teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?’ Jesus respondeu: ‘O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui’. Pilatos disse: ‘Então, tu és rei?’ Jesus respondeu: ‘Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz’. Pilatos lhe disse: ‘Que é a verdade?’ Dito isso, saiu ao encontro dos judeus e declarou: ‘Eu não encontro nele nenhum motivo de condenação. Mas existe entre vós um costume de que, por ocasião da Páscoa, eu vos solte um preso. Quereis que eu vos solte o Rei dos Judeus?’ Eles, então, se puseram a gritar: ‘Este não, mas Barrabás!’ Ora, Barrabás era um assaltante.

João 18, 28-40

Neste trecho do Evangelho Pôncio Pilatos interroga Cristo. Ele procura a verdade entre as palavras dos judeus. Tenta entender as respostas de Cristo. Esta busca culmina na pergunta: “Que é a verdade?”
Essa pergunta é muito atual em nossos tempos de fatos alternativos e teorias de conspiração. Fica cada vez mais difícil descobrir a verdade entre as mentiras. Como podemos encontrar a verdade? Temos pelo menos dois caminhos para nos aproximarmos dela. É possível buscá-la pelo pensar e pelo sentir.
Podemos pensar se algo faz sentido, se é acessível pela lógica e se não tem contradições em si. Tem consistência perante o nosso pensar? Com o nosso sentir podemos procurar a veracidade. Ela nos ajuda a separar a verdade da mentira. Os dois caminhos juntos vão nos dar mais segurança nesta busca. Na procura da verdade podemos chegar a perceber que ela é como um ser espiritual. Nela podem se revelar as hierarquias celestiais. Através dela podemos ouvir a voz do Cristo.

Julian Rögge