Reflexão sobre o Evangelho de João, 14 de julho

“Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Os anjos perguntaram: ‘Mulher, por que choras?’ Ela respondeu: ‘Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram’.
Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus em pé, mas ela não sabia que era Jesus. Jesus perguntou-lhe: ‘Mulher, por que choras? Quem procuras?’ Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: ‘Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo’. Então, Jesus falou: ‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: ‘Rabûni!’ (que quer dizer: Mestre).
Jesus disse: ‘Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus’. Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor’, e contou o que ele lhe tinha dito.”

João 20, 11-18

Maria Madalena está cheia de tristeza e voltada para a morte do Cristo Jesus. Ela está voltada para um acontecimento no passado e não está presente no momento do encontro. Isso a impossibilita de reconhecer o ressurreto. Ela conversa com ele e não percebe quem ele é. Somente quando é chamada pelo nome, consegue fazer uma ‘virada’ interna e reconhecer o Cristo. Ela está novamente presente e pode vivenciar o encontro.
Quantas vezes nós não estamos realmente presentes? Estamos voltados para o passado, para uma tristeza ou um machucado recebido. Isso nos impossibilita ver o novo que quer acontecer no momento. Em um encontro, uma conversa e a cada instante da vida.
Temos em nós uma instância capaz de chamar e dirigir o nosso eu cotidiano: nosso eu superior, nosso ser eterno. Ele está ligado à nossa tarefa na Terra e através dele o Cristo está presente em nossa vida. Ele pode nos chamar pelo nome como Cristo chamou Maria, para estarmos presentes e sempre abertos para o novo que quer se revelar e realizar no mundo.

Julian Rögge