Reflexão para o domingo, 8 de novembro

Época de Trindade

Referente ao perícope do Apocalipse de João 3

Comparada aos seres humanos, a natureza é um milagre de perfeição. Quando precisamos de paz interior, sempre ajuda dar um passeio por uma paisagem natural. É bom sentir o vento fresco no rosto, observar a liberdade dos pássaros, observar o movimento da água no lago ou no rio e admirar a beleza das folhas das árvores no chão. Nossa alma se acalma aos poucos, como se tentasse imitar a natureza. E quando reclamamos do tempo, quando está muito frio ou muito quente ou muito úmido para nós, não demoramos muito para perceber que essas mudanças no clima fazem parte do equilíbrio dos ritmos das estações.

O corpo humano também é perfeito porque, entre outras coisas, é um fenômeno natural. E se não fosse por nossos abusos, teria uma tendência constante em manter-se sano. Mas não precisamos olhar muito em nossa alma para perceber o quão longe estamos dessa perfeição com todas as nossas fraquezas e dificuldades em tentar melhorar nosso caráter. Mas, sem dúvida nos damos conta que vivemos em processo de aperfeiçoamento, essa é a nossa natureza.

Lemos no Apocalipse de João sobre a comunidade de Sardes, que representa justamente a condição do ser humano no seu processo e de, quanto está ainda aquém daqueles que serão revestidos de vestes brancas, ou seja, os que puderam por meio do Cristo purificar suas almas. Surge um desejo profundo de que possamos também estar entre eles. Saber como as roupas da nossa alma estão sujas nos ajuda a decidir lavá-las. Mas essas vestes não podem ser lavadas em água alguma, mas devem ser alvejadas no sangue do Cordeiro. O branqueamento é o nosso próprio processo de autoconhecimento e autotransformação tendo o Cristo como modelo. Estamos no processo, não importa quanto tempo ele possa durar, mas prosseguimos continuamente.

A consciência de nossa impotência permite que nos conectemos com Cristo, obtendo dele a força para continuar. Enquanto isso, podemos continuar a observar a natureza. Sua perfeição nos estimula a nos conectar com a fonte primordial de toda beleza e seguir adiante em nosso processo.

Carlos Maranhão