Reflexão para domingo, 26 de fevereiro de 2023

Referente ao Evangelho de Lucas 18, 18-34

O jovem de nossa história leva a religião a sério. Ele está determinado a fazer tudo certo. Ele está ansioso para fazer a Jesus a pergunta que arde em sua alma: “Como posso herdar a vida eterna? O que eu tenho que fazer?”. Ele vem ansioso. Ele vem de bom grado. Quando questionado, ele afirmou que havia guardado todos os mandamentos desde a juventude. Quem de nós seria capaz de dizer algo assim sobre nós mesmos hoje?  Mas então Jesus faz uma pergunta que o jovem não esperava: Você está disposto a desistir de todas as suas posses e andar comigo como um pobre andarilho?  O jovem falha neste teste. Ele teria que renunciar a suas aparentes riquezas: valores não só materiais, convicções também, visão de mundo também. Obrigado, então melhor não.  Então, quem pode ser salvo?

Ele não é diferente da grande maioria das pessoas hoje, ricos e pobres. Todos os orgulhosos de seus valores. Mas a realidade era que ele estava total e completamente falido, pois quem se apega apenas às riquezas do mundo, materiais e imateriais, não sabe o que realmente é riqueza. O jovem sai triste, mas Jesus não o condena. Ele não condena a ninguém, simplesmente espera que ele volte. E quem garante que ele não tenha voltado? Ele se sentiu amado pelo seu olhar e ficou triste por não poder dar o passo que Jesus requeria. 

Alguém imaginou que esse jovem poderia ter sido o evangelista Marcos, que era rico e nobre, ou Lázaro que também era rico. Isso é muito possível, pois não se diz que ele não tenha superado a crise depois de partir. Quem pode ter um encontro como este e não passar por um grande abalo em toda sua estrutura existencial? O encontro com o Cristo pode ter desencadeado a doença que leva à salvação, pois nada é impossível para Deus, nem mesmo um camelo passar pelo buraco de uma agulha. 

Carlos Maranhão