Reflexão para o domingo, 15 de junho de 2025

Referente à perícope do Evangelho de João 3, 1-21

Como nascemos do Espírito?

Cristo usa a imagem do vento para falar sobre o Espírito. Não sabemos de onde o vento vem nem para onde ele vai. Mas o ouvimos.

Não sabemos de onde vem o Espírito e para onde ele vai. Podemos nos preparar para ouvi-lo. Momentos de silêncio, de reflexão e de oração nos ajudam para isso. Neles, nós nos abrimos para que o vento do Espírito possa nos encontrar.

Nesses momentos, podemos sentir a presença do Espírito. Vivenciamos isso como um acordar ou como uma nova clareza. Ela nos ajuda para as dúvidas e questões do dia a dia, mas também para as grandes perguntas do nosso destino.

Quando acordamos para as nossas tarefas de vida, para o nosso destino, é como um novo nascimento. Um nascimento do Espírito.

Julian Rögge

 Reflexão para o domingo, 8 de junho de 2025

Referente à perícope dos Atos dos Apóstolos 2, 1-12

Talvez nenhum outro momento do calendário cristão una de maneira tão profunda o passado com o futuro, a tradição com a liberdade, quanto esse dia de Pentecostes.

Nos primeiros 2000 anos da era cristã, Pentecostes foi compreendido e vivido como o mistério da descida do Espírito Santo sobre a comunidade dos discípulos. Essa comunidade estava reunida, num gesto de recolhimento e espera e, então, foi tocada por uma realidade espiritual que a transformou.

Como lemos nos Atos dos Apóstolos, “línguas como de fogo pousaram sobre cada um deles”, e falaram em muitas línguas. Mas o milagre não foi o dom das línguas, e sim a compreensão universal que se deu entre seres humanos de diferentes nações, culturas e temperamentos. Essa compreensão interior foi o primeiro gesto de um amor cósmico derramado sobre a Terra, não como sentimento vago, mas como força real. Foi o impulso da consciência moral nascendo na alma humana.

Nos dois milênios seguintes, esse Espírito foi como um fermento silencioso, gestando a dignidade do ser humano, desenvolvendo pouco a pouco o sentido da individualidade, da consciência de si e da responsabilidade moral.

Rudolf Steiner descreveu esse processo como o despertar do Eu, do verdadeiro Eu espiritual, que não é dado de fora, mas precisa ser conquistado livremente por cada alma.

Pentecostes, nesse sentido, não é um evento isolado: é um processo contínuo na história da humanidade, um Pentecostes permanente que atua como impulso moral e espiritual por detrás dos acontecimentos históricos e também dos nossos encontros humanos cotidianos.

Mas agora estamos numa encruzilhada. Vivemos tempos em que a força comunitária antiga não atende mais aos anseios humanos. Tempos em que o que chamávamos de “Igreja”, “povo”, “nação” ou “tradição” já não é mais suficiente para sustentar o sentido da vida. O Espírito já não age mais por fora, como autoridade, dogma ou norma imposta. Ele quer agir agora de dentro para fora, a partir da liberdade individual conquistada. E essa é a pergunta decisiva do nosso tempo: Como formar comunidades verdadeiras, não por convenções ou crenças herdadas, mas por livre reconhecimento espiritual entre indivíduos?

O futuro de Pentecostes são comunidades formadas por indivíduos livres, que se reúnem não por laços de sangue ou de cultura, mas por intuições comuns do bem, por ressonância moral, por ideais viventes. Essas comunidades – sejam grupos de estudo, iniciativas pedagógicas, religiosas, artísticas ou sociais – são como pequenas “igrejas pentecostais do futuro”, não no sentido institucional, mas no sentido do encontro vivo entre Eu e Eu, entre Eu e o Espírito, numa linguagem comum que não se aprende com gramáticas, mas com o coração desperto.

Nesse novo Pentecostes, cada pessoa se torna uma “língua de fogo” que, em vez de convencer, inspira; que, em vez de unificar de fora, faz nascer unidade viva de dentro. O Espírito não mais desce sobre uma massa indistinta, mas desce em cada alma como possibilidade de individualização verdadeira e, a partir disso, de comunidade consciente.

Portanto ao celebrarmos hoje Pentecostes, não olhemos apenas para trás, para o milagre de Jerusalém. Olhemos também para aquilo que pode nascer entre nós hoje.

Carlos Maranhão

 Reflexão para o domingo, 1° de junho de 2025

 Referente à perícope do Evangelho de João 16, 24-33

“Aquele que habita o lugar oculto do Altíssimo, à sombra do Onipotente repousará”. (Salmo 91,1)

Nos seus discursos de despedida (capítulos 14 a 17 do Evangelho de João), Jesus diz a seus discípulos que irá para o Pai. No dia da Ascensão, o Ressuscitado se elevou aos céus e adentrou o ser das nuvens, que o ocultaram aos olhos dos discípulos!

À medida em que ele se elevava em direção ao Pai, seu ser se tornava cada vez mais oculto no âmbito celeste.

E desde esse âmbito, desde esse lugar oculto, ele se torna o “fautor dos atos paternais”, que a partir dos céus envia sua bênção à Terra.

Algo desse gesto da ascensão aparece na frase que inicia o Salmo 91: “Aquele que habita o lugar oculto do Altíssimo…”

Ao se elevar, Cristo vai ao encontro das elevadíssimas dimensões do Pai e se torna, num primeiro momento, inacessível (oculto) para quem vive na Terra.

Então, ele começa a “repousar no Onipotente”, significa que lá, na Casa do Pai, ele se reencontra com a serenidade do Espírito, ele se compenetra dessa Paz.

Mas ao começar a habitar o “ser celeste”, é possível interagir também com o “ser terrestre”: Irradiando suas bênçãos, deixando fluir para a humanidade a Paz do Espírito!

Do mesmo modo como está expresso na palavras do Ato de Consagração: “…pleno de Paz me encontro em relação ao mundo!”

Cristo quer dar essa Paz ao mundo, a todos aqueles que querem se unir a ele.

Em cada momento de reflexão interior, em cada meditação, ocorre também uma elevação. Nós elevamos ao ser divino e podemos começar a compenetrar “o lugar oculto do Altíssimo, como nos diz o Salmo.

Esse é o lugar ao qual nós podemos nos elevar em nosso desenvolvimento interior.

Ao aprendermos a permanecer, a habitar esse lugar, começamos a vivenciar e a repousar na Paz do Espírito!

Mas tudo isso só faz sentido se conseguirmos compartilhar essa paz vivenciada no Espírito com o Ser da Terra, como Cristo que se elevou ao Ser Celeste para abençoar o Ser Terrestre.

Que as imagens que conhecemos sobre a festa da Ascensão nos sirvam de impulso a essa elevação ao Altíssimo, para que, com Cristo, possamos contribuir para trazer Paz à Terra!

Renato Gomes 

Reflexão para o domingo, 25 de maio

Referente à perícope de João 14


A lagarta é apenas um estágio preliminar da borboleta. A lagarta rasteja sobre a terra, se alimenta das folhas verdes, mas o Pai celeste a escolheu para uma forma de vida mais elevada. Quando a borboleta sai do casulo, ela abre suas asas, voa à luz do sol e se alimenta do pólen dourado das flores, as fecundando e assim colaborando para manter os laços de vida entre todas as criaturas.
Assim se dá a transformação da lagarta na borboleta: em um determinado momento a lagarta começa a se enrolar num fio que ela mesma secretou até desaparecer completamente em seu casulo. A lagarta se “enterra” em seu casulo, morre para o mundo. Por dentro, no entanto, sua substância orgânica, a substância solar continua a viver. Depois de um tempo, algo se mexe dentro do casulo, até que ele se rompe e a borboleta vai se desdobrando, se liberando…
A forma como o ser humano hoje vive e se relaciona com o meio ambiente é apenas um estado preliminar de uma existência espiritual mais elevada reservada para si pelo Pai celeste. Essa existência superior deve ser elaborada ativamente pelo próprio ser humano no seu caminho de vida. A transformação necessária é muito mais radical, mais abrangente do que no caso da borboleta, pois ela reverte na transformação não apenas de toda a humanidade, mas da Terra e de todo o mundo.
Foi assim que o espírito do Sol, o próprio Cristo entrou em Jesus, justamente no momento histórico em que a consciência individual da humanidade se desligava da condução espiritual cósmica e o ser humano, de certa forma, se encapsulava em si mesmo. O Espírito Sol entra no envoltório mortal, no “túmulo espiritual” da existência terrena. Isso acontece no batismo no Jordão quando a voz do Pai se torna audível: “Eis o meu Filho amado, nele vou me revelar”.
O Filho de Deus vai morrendo na natureza mortal de Jesus desde o batismo até a morte na cruz e o sepultamento no túmulo, para que, enfim, a transubstanciação, a ressurreição aconteça.
Na manhã de Páscoa, um terremoto vindo do interior da Terra abre o túmulo. O corpo da ressurreição se eleva sobre a terra, brilha à luz do mundo e vive conosco para sempre… Nos três anos da trajetória terrena de Jesus Cristo, do batismo à morte da cruz, o Espírito de Cristo se revela aos discípulos de várias maneiras. Ele permeia os seus corpos, suas almas e seus espíritos. Quando os discípulos são enviados por Jesus, o próprio Cristo age através deles para a salvação de todo o mundo. Os discípulos são os primeiros em que a palavra Paulo se cumpre: “Eu em Cristo, Cristo em mim”. Pela sua presença, Cristo age continuamente no círculo dos discípulos e dele para as pessoas ao redor.
No entanto, Jesus Cristo morre e ressuscita. Os 12 discípulos unidos em espírito, em comunidade, convivem 40 dias intensamente com o Redentor. Durante esse período acontece a transformação de modo que, na festa de Pentecostes, tendo despertado interiormente na vivência da verdade, os discípulos se tornam portadores do Espírito de Cristo, da sua luz, do seu amor.
Na celebração do Ato de Consagração do Homem ao longo das festas cristãs, podemos conviver com o Cristo, sentir sua presença, ouvir suas palavras, vivenciar seus atos de amor. Assim, nós nos tornamos seus discípulos. Queremos testemunhar sua atuação nos seres humanos, na natureza, no mundo. Seu espírito eterno deve também despertar em nós para a paz, para a salvação e vida do mundo.

Helena Otterspeer

Reflexão para o domingo, 18 de maio de 2025

Referente à perícope do Evangelho de João 16, 1-33

Cristo venceu o mundo e a morte. Ele os transformou e conseguiu permanecer ligado ao mundo e aos seres humanos. Ele nos chama para que tenhamos coragem.

Encontramos essas forças antes da morte, ainda em nossa vida terrena? Podemos vencer os poderes do mundo?

A cada manhã, nós nos levantamos e vencemos a força da gravidade. Ao superamos os nossos medos, também vencemos uma potência deste mundo. Quando trabalhamos em conjunto com os seres espirituais, vencemos o rei deste mundo.

Em cada pequena vitória — sobre as forças terrenas, sobre as forças da morte — encontramos o Cristo. Nela, está presente a força da ressurreição. Nessas vivências, podemos encontrar a coragem para enfrentarmos os desafios das nossas vidas.

Julian Rögge

Reflexão para o domingo, 11 de maio de 2025

Referente à perícope de João 15, 1-26

Jesus nos chama a permanecer unidos a Ele como ramos à videira. Mas, no coração dessa imagem, Ele revela algo ainda mais profundo: “Já não vos chamo servos, mas amigos”. A amizade verdadeira, segundo Cristo, nasce do amor que doa a vida. É essa amizade que nos transforma: ela nos purifica, como o agricultor poda a videira, para que demos mais frutos.

Amigos de verdade não nos bajulam, eles nos ajudam a crescer. Jesus nos chama seus amigos porque nos confia os segredos do Pai. Ser seu amigo é ser convidado à maturidade espiritual, a carregar responsabilidades no Reino.

Por fim, Ele nos lembra que essa amizade será provada pelo mundo. Mas não estaremos sozinhos: o Espírito Santo será o Amigo fiel que caminha conosco.

Assim, sejamos ramos vivos, amigos verdadeiros uns dos outros, ajudando-nos a florescer no amor de Cristo.

Carlos Maranhão

Reflexão para o domingo, 04 de maio de 2025

Referente à perícope de João 10, 1-16

Cristo diz:

– Eu sou a porta!

Uma porta representa o limiar entre um local e o outro. Entramos ou saímos de um determinado espaço por uma porta. Portas comunicam recintos, ambientes, lugares. Em geral, associamos portas à dimensão do espaço.

Ele prossegue:

– Eu estou à porta e chamo.

Pela porta ecoa a voz de quem chama. Se ela estiver aberta, ouviremos a voz, se estiver fechada, lacrada não conseguiremos ouvir.

E acrescenta:

– Elas,  as ovelhas, reconhecem minha voz e me seguem.

Aquele que chamou à porta, continua chamando. Ouvimos sua voz? Ela ecoa através da porta. Ecoa através do tempo. Portanto, uma porta não delimita apenas espaços. Ela comunica também dimensões do tempo. Seu chamado, sua voz, não se limita a um lugar ou a um momento específico. Seu chamado transcende o próprio tempo.

Existem, pois, portas-temporais. Por elas é possível ouvir o chamado dos tempos. A voz surgiu em algum momento passado, mas, por meio desta porta-temporal, ressoa em temos presentes.

– Eu sou a porta!

– Eu estou à porta e chamo!

– Chamo, através do portal dos tempos, os que reconhecem minha voz!

Estamos sincronizados no tempo com esta porta e dispostos a seguir o chamado?

Renato Gomes

Reflexão para o domingo, 27 de abril de 2025

Referente à perícope do Evangelho de João 20, 10-29

No dia da ressureição, o Redentor aparece de diferentes formas aos seus discípulos, incluindo às mulheres. Abre pouco a pouco os sentidos humanos para perceberem a realidade da ressureição, do Jesus Cristo Ressuscitado. As narrativas dos quatro  evangelistas são todas bem diferentes.

Alguns recebem a mensagem da ressureição, ao levantar do sol, quando estavam a caminho do túmulo e o encontram aberto e vazio. A grande pedra que fechava o túmulo havia sido removida, causando grande espanto.

Outros vão vê- lo no final da tarde, em comunidade, quando Ele aparece apesar das portas fechadas no aposento da Última Ceia, mostra suas feridas e confere o novo sopro de vida.

Podemos nos admirar como Ele se manifesta de diversas maneiras. Ele é anunciado na existência dos que já eram seus discípulos e se tornaram as primeiras testemunhas da ressureição, pelo sol nascente, pela pedra removida, pela mensagem dos anjos e, enfim, pela revelação do próprio corpo da ressureição. Esse testemunho é um ponto de mudança crucial nas suas vidas, mas também na vida da humanidade, que a partir de então acolhe o impulso do cristianismo na sua evolução. Podemos constatar nisso uma força crescente da ressureição, uma ligação cada vez mais íntima com a alma humana, com a humanidade e com a Terra. Se estendermos isso aos dias de hoje, poderíamos dizer que com a expansão do impulso do cristianismo, Jesus Cristo Ressuscitado – que nos acompanha até o final dos tempos – pode vir a aparecer a muitas pessoas, segundo a própria configuração de suas almas e vida, em cada caminho individual.

No capítulo 20 do Evangelho de João, lemos que Maria Madalena é a primeira a encontrar o túmulo vazio e, preocupada, comunica o fato a Pedro e João, que então correm até o local, cada um a seu modo. Constatam, então, que os panos de sua mortalha e o véu do seu rosto estão depostos em lugares diferentes. João, o Lázaro ressuscitado,  simplesmente ao ver as faixas da mortalha desenroladas no túmulo já sabe que Ele ressuscitou.

Maria Madalena permanece por um momento no local e ouve, sucessivamente, a mesma pergunta: “Mulher, por que choras?” Primeiro, dos dois anjos posicionados à cabeceira e aos pés do lugar onde Jesus Cristo havia sido deposto; depois, ao se voltar, daquele que inicialmente toma por um jardineiro. Este, além de repetir a pergunta, acrescenta: “A quem procuras?” Ao ouvir sua resposta, Ele a chama pelo nome: “Maria”. Então, ela responde: “Mestre” e o reconhece. Ela, que antes da morte na cruz havia ungido e preparado seu corpo para a ressurreição, e que também permaneceu como testemunha ao pé da cruz, é a primeira a vê-lo sozinha, quando Ele, no jardim do túmulo, pronuncia o seu nome. Ao ser chamada, Maria sente-se reconhecida pelo espírito do Cristo e, com os olhos da alma, é capaz de vê-lo ressuscitado.

Todos esses encontros podem viver nos nossos corações como arquétipos do encontro com Jesus Cristo ressuscitado. Cada alma humana já recebeu anúncios, mensagens desse acontecimento central na história da Terra e da humanidade. Cada alma humana está a caminho de se ligar mais intimamente com a realidade da ressurreição e colaborar na obra divina na Terra. Comunidades que em suas celebrações se reúnem para vivenciar a presença e atuação de Jesus Cristo podem e poderão receber o sopro de vida do Redentor.

As perguntas de Jesus Cristo Ressuscitado ressoam até hoje para cada alma humana: “Por que choras?” e: “A quem procuras?”. O sentido de todo sofrimento se abrirá, quando ouvirmos a voz de Jesus Cristo pronunciar o nosso próprio nome e o reconhecermos como o nosso guia, o nosso mestre em todos os caminhos da vida.

Helena Otterspeer

Reflexão para o domingo, 20 de abril de 2025

Referente à perícope do Evangelho de Marcos 16, 1-18

O túmulo está vazio

O coração está cheio

No domingo de Páscoa, as mulheres encontram o túmulo vazio. O corpo, que elas querem preparar para o sepultamento, não está mais lá. O túmulo está vazio.

Aos poucos elas reconhecem a nova realidade. Elas encontram o Cristo ressuscitado e percebem os seus corações plenos.

Durante a Paixão vivenciamos o vazio. O coração estava frio e abandonado. Ele se tornou um escuro túmulo vazio.

E hoje, no domingo de Páscoa? Percebemos, como as mulheres, a grande mudança, a nova realidade? Reconhecemos que o coração está preenchido por uma nova força? Ouvimos nele o júbilo da ressurreição:

Cristo verdadeiramente ressuscitou!

Julian Rögge

Reflexão para o domingo, 13 de abril de 2025

Referente à perícope do Evangelho de Mateus 21, 1-11

Se as árvores das florestas pudessem se expressar, gritariam: Socorro!

Se as baleias e todos os seres marinhos pudessem falar, clamariam: Socorro!

Se as geleiras polares pudessem manifestar sua dor frente ao derretimento incontrolável , gemeriam: Socorro!

Todos os seres vivos, todos os ecosistemas, todo o mundo dos elementos e seres que nele vivem, sofrem com a contaminação e a devastação que o ser humano lhes causa.

Também entre nós mesmos, certos grupos se outorgam o direito de impor a outros sua vontade pela força bruta, pela opressão, pela ganância perversa.

Como se houvesse justificativa moral para fazer guerra, para explorar, para discriminar! Também aqui se ouve, em muitos lados, o pranto: Socorro!

A quem se dirige este clamor?

Há quem possa ouvi-lo?

No Domingo de Ramos, o povo reunido diante das muralhas de Jerusalém, cansado do jugo dos opressores e colonizadores da ocasião, também gritou: Socorro!

Gritou à sua maneira: Hosana!

Seu clamor se dirigia àquele que vem em nome do Senhor!

Hosana! Socorro! – que essa voz seja escutada e reverbere, também hoje, até o mais alto dos céus!

Sim, assim seja!

Renato Gomes