Reflexão sobre o Evangelho de João, 4 de junho

Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura. (Ora Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios. ) E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão. Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: ‘Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá’. Disse-lhe Jesus: ‘Teu irmão há de ressuscitar’. Disse-lhe Marta: ‘Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia’. Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?’
Disse-lhe ela: ‘Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo’. E, dito isto, partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: ‘O Mestre está cá, e chama-te’. Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter com ele. (Pois, Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.) Vendo, pois, os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: ‘Vai ao sepulcro para chorar ali’. Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: ‘Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido’. Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: ‘Onde o pusestes?’ Disseram-lhe: ‘Senhor, vem, e vê’. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: ‘Vede como o amava’. E alguns deles disseram: ‘Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?’

João 11, 17-37

De que morte fala o Cristo aqui? Em época em que as estatísticas de morte nos assustam a cada dia, em que muitos mortos são enterrados sem velório, em que mal há condições para que os parentes possam se despedir de seus mortos. Mas se levamos em consideração a palavra de Cristo, o que é a morte se ele é a Ressurreição?
É claro que isso não significa que não haja dor na perda de um ente querido, o luto faz parte da vida e, embora não se trate de uma despedida definitiva, há um forte impacto nessa transição, para os que vão e para os que ficam. Mas o Cristo nos diz: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá”.
Goethe disse o mesmo com outras palavras:
“E enquanto você não tiver isso, este morrer e viver! Você é um triste hóspede da Terra escura”. É por isso que consideramos as palavras do Cristo não apenas como consolo, mas como aviso, alerta e indicação de atitude diante da própria morte. Que trabalhemos para que ela seja apenas a morte física e que possamos transformar a “morte em vida” em ressurreição com a força de Cristo. É dessa disposição de alma que o futuro pós-pandemia nos espera. A ressurreição de Cristo é a nossa vida, mesmo diante da morte. Agora e sempre.

Carlos Maranhão