Reflexão sobre o Evangelho de João, 13 de junho

“Respondeu-lhe a multidão: ‘Nós temos ouvido da lei, que o Cristo permanece para sempre; e como dizes tu que convém que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem?’
Disse-lhes, pois, Jesus: ‘A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.’
Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles. E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele;
Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: ‘Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?’
Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez:
‘Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure.’
Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele.
Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.
Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.
E Jesus clamou, e disse: ‘Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.
Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.
Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.’”

João 12, 34-50

Andar com Jesus é libertar-se das sombras. Entre as coisas sombrias, talvez, a mais comum é o medo, sobretudo em épocas de crise. Pois crises são pontos de inflexão na vida que apontam para mudanças necessárias e temos medo de mudanças. Acostumados com os padrões velhos, mesmo que não confortáveis, tateamos na escuridão sem nada firme a que se agarrar. É justamente nesses momentos de crise que despertamos para a necessidade de andar com Jesus, pois ele nos liberta do medo e nos clareia a mente para o que de novo podemos construir no futuro. Esses momentos são determinantes para a decisão de mudanças, pois as evidências surgem justamente quando, na escuridão, uma luz brilha sobre o que há de mais urgente para ser transformado. O tempo para a mudança amadureceu a tal ponto que não há mais o que esperar. Essa é a urgência do momento atual. Em certo sentido, nunca é tarde para compreender, mas, no entanto, há um tempo em que a luz da compreensão chega na urgência das almas assustadas com a ampliação das sombras. “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”, diz Jesus. A crise, é portanto, oportunidade para fortalecer a crença, a fé. A luz, porém, é o que nos permite ver, compreender, ter certeza e convicção, logo, a fé vem junto com o entendimento, não deixa sombra de dúvidas, clareia nossa mente e nos põe em prontidão para a ação, de transformação da situação que exacerbou contradições, que provocaram a escuridão. A certeza alumia nossas mentes e corações e determina nossa prontidão para a ação no mundo. Com a luz de Cristo, essa ação é certeira pois está imbuída de amor, de compreensão daquilo que, sem o Cristo, não podíamos ver.

Carlos Maranhão