Reflexão para domingo, 7 de janeiro de 2024

Como nos céus acima, assim na Terra! É assim que rezamos o Pai Nosso, tanto sozinhos como juntos em comunidade em cada sacramento! Os sacramentos também se realizam neste sentido: tal como nos céus, assim também na Terra! Para a paz, para a salvação da humanidade e da Terra! Para que o bem se realize se deve achar na Terra o lugar e a hora certa.
Os sábios reis-sacerdotes do Oriente conheciam a escrita das estrelas, podiam deduzir pelos ritmos das estrelas o que iria acontecer em breve na Terra. Eles estavam comprometidos com esta sabedoria das estrelas, que é também a sabedoria da Terra e da humanidade! Eles se puseram a caminho, porque sabiam que os seres humanos foram criados para atuar tanto na Terra como nos céus. Sentiam-se como representantes de toda a humanidade e também do mundo divino, como mediadores destes dois reinos, eram sacerdotes e reis ao mesmo tempo. Eles seriam capazes de reconhecer a criança anunciada, de honrá-la com dignidade. Eles seriam dignos para, em nome de toda a humanidade, acolher a graça da criança divina e, ao mesmo tempo, oferecer o que tinham de melhor e mais sagrado.
Mas o caminho para o lugar anunciado era desafiador. Obstáculos tiveram que ser superados, sombras espessas obscureceram o céu estrelado, e algumas poderosas e impuras almas humanas, mesmo más, não eram dignas desse evento, eram uma grande ameaça para a sagrada criança.
Os reis tiveram que tomar consciência de que a ordem da Terra já não correspondia à ordem cósmico-divina. O rei Herodes, em Jerusalém, não era mais, espiritualmente, um rei legítimo. Ele até queria impedir que a vontade divina fosse realizada na Terra. O que o movia era o medo e o poder que usurpara ilegalmente.
Os três reis-sacerdotes conseguiram novamente encontrar a estrela e entrar na casa onde morava a criança. Imensa alegria se apoderou deles! Ao entrarem na casa, a criança também entrou em seus corações, suas almas vivenciaram e reconheceram a sua própria predestinação, a de dar à luz a criança- espírito. A visão de Maria com o menino correspondia à experiência da própria alma com o nascimento do Cristo em si. Isso preencheu a alma de alegria. O Espírito de Cristo e não mais as estrelas lhes mostraram o caminho certo. Por si mesmo, ainda não totalmente conscientes, eles sonharam que não deveriam retornar para Jerusalém.
A humanidade perdeu a sabedoria cósmica dos antigos reis-sacerdotes, mas agora a alma é o lugar onde a estrela do Cristo deve brilhar. A humanidade como um todo entrou na casa da alma, onde a criança espiritual deve se encontrar. As pessoas tornaram-se personalidades individuais, que cada vez mais foram perdendo seu espírito na materialidade externa.
Densas sombras, guerras, ameaças de líderes humanos ilegítimos obscurecem a Estrela do Cristo. O reino dos céus deveria primeiro se manifestar no interior da alma humana, que dá à luz o Cristo em si. A partir daí, através de pensamentos, palavras e ações humanas superando o mal e transformando o mundo. Desde a ressurreição nascemos na Terra para conseguir encontrar o Cristo. Se o encontrarmos, Ele também encontrará em nós uma morada. É assim que nos tornaremos sacerdotes e reis de uma nova Terra. A nova Terra descerá do céu e brilhará como o Sol e as estrelas. A oração do Pai Nosso se tornará realidade!

Helena Otterspeer