Conto: A Grande Pausa

Parte I

Era uma vez, em uma terra distante, mas não tão distante assim, há algum tempo, mas não tanto tempo assim, havia um pequeno e adorável reino de pessoas muito trabalhadoras. Neste reino, havia quatro aldeias, cada uma governada por uma Rainha sábia e gentil. Havia a aldeia Norte, a aldeia Sul, a aldeia Leste e a aldeia Oeste. A aldeia Norte era uma terra cheia de morros e montanhas, onde as pessoas trabalhavam duro forjando ferramentas para o reino e cortando madeira para casas. Na aldeia Leste, ficava o mar onde os pescadores passavam seus dias quentes no mar e os comerciantes trabalhavam incansavelmente para fabricar e vender seus artesanatos e mercadorias. Na aldeia Sul, os agricultores cuidavam de seus campos e animais, trabalhando incansavelmente para alimentar o reino. Na aldeia Oeste, havia uma grande cidade cheia de arranha-céus, onde as pessoas trabalhavam em seus computadores e realizavam muitas reuniões para administrar os negócios do reino. Enquanto os adultos trabalhavam todos os dias, as crianças do reino se reuniam para brincar na floresta mágica ao redor do poço, no centro do reino. 
As crianças cantavam e dançavam juntas, construíam casas para os pequenos seres da floresta e faziam muitas rodas ao redor do antigo poço. No final de seus dias cansados, o trabalho das crianças era levar um balde de água de volta para cada uma de suas casas no reino. Todos no reino sabiam que a água do poço era a melhor para lavar, cozinhar e se nutrir, pois ela possuía uma qualidade mágica
que diziam ter vindo dos pequenos seres da floresta mágica.
Um dia, quando os adultos estavam voltando para casa depois de um longo dia de trabalho, e as crianças estavam se despedindo de seus amigos e enchendo seus baldes para levar para casa, algo muito estranho aconteceu. 
Uma criança que estava cansada de tanto brincar decidiu tomar um grande gole da água do balde. Seus amigos notaram que depois que ele bebeu a água, seu corpo ficou parado como uma estátua. Era como se ele tivesse virado pedra.

As crianças correram rapidamente para casa para contar às suas famílias. Uma criança foi para sua casa no Norte e foi recebida por seus pais, que estavam voltando do trabalho nas minas. Seus rostos e mãos estavam cobertos de fuligem e, quando a criança tentou explicar o que viu no poço, seus pais começaram a lavar a fuligem com a água do balde. Assim que molharam o rosto com a água, eles também ficaram imóveis como pedra, com a água pingando de seus narizes.
No Oeste, uma criança chegou em casa e encontrou seus pais, que eram alfaiates. Eles tinham trazido sua costura para a mesa do jantar e disseram que simplesmente não podiam parar para comer. Eles teriam que comer enquanto costuravam para conseguir cumprir sua meta. A criança preparou um mingau de aveia com a água do poço e, enquanto cada um deles comia uma colherada, sem
tirar os olhos do trabalho, eles também ficaram imóveis como pedras.
Uma criança levou sua água para casa em uma fazenda no Sul. Os fazendeiros ficaram muito animados por terem um balde de água fresca para regar suas plantações, mas assim que a água se espalhou sobre o milharal, cada caule ficou duro como pedra, e nenhuma brisa poderia dobrá-los ou mexê-los. A criança que foi para casa na cidade grande levou o balde para o apartamento onde sua família
trabalhava nas telas dos computadores. Eles nem notaram o garoto tropeçar no tapete e derramar a água no chão, mas os respingos da água espalharam pingos e gotas que, voando, caíram sobre os computadores, telefones e móveis. De repente, eles também ficaram petrificados. 
As pessoas no reino não sabiam o que fazer; então, é claro, pediram ajuda às rainhas.

Elizabeth Emmett